domingo, 30 de agosto de 2009

BY LÍLIAN MAIAL





AINDA ONTEM ERA TUDO DIFERENTEMENTE IGUAL

Ainda ontem, eu podia andar de bicicleta sem medo de assaltos, sem dores nos joelhos, sem que houvesse tantas marchas. Era uma Monark linda, aro 28 (naquele tempo não era aro 26, mas 28) e eu, aos 10 anos, me sentia com 30, dona do mundo sobre as duas rodas imensas! Hoje, com um pouco mais de 30 (rsrsrsrs), me sinto com 10, porém não tenho mais a velha bicicleta e nem os joelhos (que também são velhos).Ainda ontem, eu tinha vergonha de ser tirada para dançar nas festinhas e, ao mesmo tempo, morria de medo de ficar na cadeira a noite toda. Tremia por inteiro ao sentir a mais leve proximidade do meu corpo com o de um menino. Hoje, sou mãe de 2 meninos (e uma menina), e me tremo toda quando penso que eles já levam as meninas lá em casa. Sei que, mais dia, menos dia, vou dançar...Ainda ontem, eu estudava diuturnamente, sonhava com a faculdade, com os pacientes, com a cura do câncer. Hoje, ainda tenho que estudar todo dia, e ser eu a paciente (com tudo e com todos), e ando às voltas com a cura dessas dores cervicais que não me largam.Ainda ontem, eu era filha, obedecia regras (nem todas, mas só eu e você – leitor – sabemos), admirava meus pais, não compreendia o mundo sem minha irmã, ansiava pelo futuro. Hoje, sou mãe, ainda tenho regras todo mês (até quando eu não sei), invejo meus pais, sinto saudade da minha irmã, e receio o futuro sem eles (inclusive as regras).Ainda ontem, eu encontrei o amor eterno, me surpreendi com sua intensidade e inesgotabilidade, construí um sonho e vivi nele, multipliquei esse sentimento esquisito que quanto mais se doa, mais se tem. Hoje, eu entendo que está dentro de mim esse amor eterno: intenso, inesgotável, progressivo e estranho, que não pára de se multiplicar pelo mundo, pelas pessoas, pelas letras e pela vida, e descobri que o sonho que construí é a minha própria vida, com todos os percalços, tropeços e lágrimas, mas também com os saltos, os acertos, as lembranças de ouro e os sorrisos.Ainda ontem, era tudo diferentemente igual, porque eu sou a mesma, exatamente a mesma mutante de sempre.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"SILÊNCIO"


SILÊNCIO


lílian maial

É na ausência de som que mais falo de
amor quando teus olhos sussurram .

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"ATREVA-SE A SER FELIZ"

MORRER EM VIDA É FATAL
BY MARTHA MEDEIROS

Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”. O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”.É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora.Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro.Muitos se queixam da pior das invisibilidades:“Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade.Quem viu o filme “Fatal” deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude. No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.

sábado, 22 de agosto de 2009

20 ANOS SEM RAUL



Morto há 20 anos, Raul Seixas continua a fazer barulho com seu legado.....
Raul Seixas durante apresentação no Festival de Águas Claras, em Iacanga, interior de São Paulo (08/03/1984)Em 1973, Raul Seixas cantou pela primeira vez que era uma mosca que nem o inseticida DDT poderia exterminar. E 20 anos depois de sua morte, completados nesta sexta-feira (21), o cantor e compositor baiano continua fazendo barulho com seu legado.
Durante essas duas décadas que marcaram a ausência do "maluco beleza", um grande número de seguidores ainda faz de seu nome um dos ícones do rock nacional e da contracultura brasileira, responsável por mostrar ao público as ideias do ocultista inglês Aleister Crowley e por afinar uma parceria com Paulo Coelho, entre 1972 e 1982, com letras carregadas de temas esotéricos.Ouça os discos de Raul SeixasLetras das músicas do cantorSaiba mais sobre a vida de Raul SeixasE para celebrar a vida e obra deixada pelo cantor, uma série de programas e homenagens está sendo preparada. Ivan Cardoso faz exposição com fotos inéditas em São Paulo na mostra "O Prisioneiro do Rock"; o produtor Marco Mazzola lança o combo CD/DVD com a música inédita "Gospel"; Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel preparam o documentário "O Início, O Fim e O Meio" e a Rede Globo dedica o especial "Por Toda Minha Vida" ao baiano.
Ainda em São Paulo, a peça "À Espera do Trem das 7" narra a trajetória de Raul, em cartaz no Teatro Commune. O texto se passa entre a morte do artista e o momento em que seu corpo foi encontrado, quando seu espírito ficou à espera do trem das 7."Toca Raul"Raulzito, como era chamado por sua legião de fãs, lançou uma série de sucessos como "Ouro de Tolo", "Rock das Aranhas", "Gita", "Aluga-se", "Maluco Beleza", "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Sociedade Alternativa". Todo seu legado está perpetuado no famoso bordão gritado pela platéia em shows --seja qual for o gênero musical: "toca Raul!".
Raul Seixas nasceu em Salvador, na Bahia, no dia 28 de junho de 1945, e realizou uma mistura singular de música regional nordestina, especialmente influenciado por Luiz Gonzaga, com o rock and roll. Sua música "Mosca na Sopa" é um exemplo notável desta mistura. Durante sua carreira, lançou 19 discos de estúdio em vida, e suas músicas foram reunidas em mais de 20 coletâneas.O cantor sofreu uma parada cardíaca e foi encontrado morto em seu apartamento, em São Paulo, aos 45 anos, no dia 21 de agosto de 1989. Dois dias antes, tinha lançado o disco "A Panela do Diabo", com Marcelo Nova.Conheça a discografia de Raul Seixas:"Raulzito e os Panteras" (1968)"Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10" (1971)"Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock" (1973)"Krig-Ha, Bandolo!" (1973)"Gita" (1974)"Novo Aeon" (1975)"Há Dez Mil Anos Atrás" (1976)"Raul Rock Seixas" (1977)"O Dia Em Que a Terra Parou" (1978)"Mata Virgem" (1979)"Por Quem Os Sinos Dobram" (1979)"Abre-Te Sésamo" (1980)"Raul Seixas" (1983)"Metrô Linha 743" (1984)"Let Me Sing My Rock And Roll" (1985)"Raul Seixas Rock Volume 2" (1986)"Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!" (1987)"A Pedra do Gênesis" (1988)"A Panela do Diabo" - com Marcelo Nova (1989)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

'SONETO DA FELICIDADE "





Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atentO
Antes,e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Bom dia..

Bom dia...
Vim aqui trazer este poema a todos os meus amigos,e dizer que todos são muito importantes ...

Que este dia que hoje amanheceu lindo, com céu azul,um sol maravilhoso nos traga a sensação de poder,não um poder de conquistas materiais e sim do poder de afeto,do respeito da necessidade de suprir nossas carências dentrodo que a natureza que é tão perfeita nos oferece.
Se conseguimos hoje ler e escrever, sentir o ar, o calor destajornada é porque alguém superior a nós, deu mais esta chancede oferecermos uns aos outros este dom de viver.
Sejamos mais um dia amigos....e que nesta caminhada uma grande borracha tire as mágoas, as tristezas, as inseguranças, as brigas etodo o rancor que ainda habita cada coração.
Tomemos uma atitude, faremos um afago,daremos muito de nós e sem esperar o troco...
Ame apenas...pois eu já amo todos os meus amigos faz tempo faz tempo....
Beijos!!!


sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Tornando Woodstock realidade

Quatro pessoas são as responsáveis pela idéia que resultou no Woodstock: Artie Kornfeld, Michael Lang, John Roberts e Joel Rosenman. Roberts e Roseman eram jovens ricos que queriam uma idéia que os lançasse como empresários. Kornfield trabalhava na Capitol Records e Lang era um promotor de shows que, em janeiro de 1969, organizou um grande festival (para a época) em Miami, assistido por 40 mil pessoas.
Lang se uniu com Kornfield e juntos eles tiveram a idéia de um outro festival de música, mas precisavam de dinheiro. O advogado (em inglês) deles os levou até Roberts e Roseman e os quatro se conheceram em fevereiro de 1969. Em março, a Woodstock Ventures Inc. (WVI) foi fundada para organizar o evento. Woodstock, N.Y. foi escolhida porque muitos músicos já estavam lá: tanto Bob Dylan quanto Jimi Hendrix tinham casas no local, por exemplo.
Por volta de abril, a WVI já tinha um local e começava a fazer barulho com alguns comerciais. Já estava começando também a contratar as primeiras bandas: US$12.000,00 pela Jefferson Airplane; US$12.500,00 por The Who. Embora estes pareçam números ridiculamente baixos hoje, na época eles equivaliam ao dobro do que as bandas recebiam por seus shows, o que nos mostra como os tempos mudaram. Woodstock foi o evento que fez a fama de muitas dessas bandas e que, ao mesmo tempo, mostrou a todos como era grande o apetite do público pela música.
Então, em julho, apenas um mês antes do evento acontecer, o lugar originalmente escolhido baixou leis que proibiram o festival. Os organizadores lutaram e encontraram um novo lugar: um campo de 600 acres da fazenda de Max Yasgur em Bethel, N.Y.
Foto cedida Imprensa associadaOs hippies espalharam o amor e ouviramuma seqüência lendária de bandas durante o WoodstockNo começo de agosto, aproximadamente 200 mil ingressos tinham sido vendidos antecipadamente, e o que tinha começado como um festival de música para aproximadamente 50 mil pessoas cresceu para 200 mil clientes pagantes, e chegaria a mais do dobro disso.
O problema é que não tinha jeito de aquela área abrigar tanta gente; então, quando os músicos começaram a chegar, o engarrafamento ficou gigantesco. Carros foram abandonados no meio da estrada e as pessoas foram andando para o show.
No dia do evento, aconteceram duas coisas impressionantes: primeiro, o festival se transformou num evento grátis. Simplesmente não tinha jeito de controlar a multidão, então os organizadores resolveram liberar a entrada. A cerca ao redor do local foi pisoteada e sumiu. Segundo, a música rolou totalmente. Com todas as estradas bloqueadas, os organizadores tiveram de alugar helicópteros do exército para trazer os músicos.
Havia também o problema do tempo, que às vezes ficava pavoroso. Na sexta-feira, caiu muita chuva. Os helicópteros estavam sobrevoando a inundação. Centenas de pessoas estavam cortando os pés em garrafas quebradas e em tampas de garrafas. No geral, mais de 5 mil atendimentos médicos foram documentados, muitos deles em razão do uso de drogas.É difícil acreditar que algo assim poderia acontecer espontaneamente. Era como uma tempestade perfeita: o tempo perfeito no movimento da contracultura, o local perfeito, o zumbido perfeito, a ingenuidade e a inocência perfeitas (imagine tentar agendar tantas bandas de rock atualmente a um custo tão baixo). Foi um perfeito fiasco em quase todos os aspectos, exceto um: a música funcionou. Foi esse sucesso essencial que tornou Woodstock mundialmente famoso.

15 de Agosto: Woodstock

15 de Agosto: Woodstock

Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, apenas um mês depois da famosa aterrissagem da Apollo 11 na Lua, o mundo testemunhou outro passo gigante. Dessa vez foi o festival Woodstock, no estado de Nova Iorque. Aproximadamente 500 mil pessoas convergiram para uma pequena cidade para escutar três dias de música. O fato de tantas pessoas virem de tão longe em nome da música nos diz algo sobre a experiência humana daquela época, embora o que o dito não esteja totalmente claro.

O famoso logo do festival Woodstock original
Foto cedida Correios dos Estados Unidos
O famoso s�mbolo do festival
Woodstock original

Mesmo que provavelmente não tenha participado dele, você deve ter ouvido falar sobre o evento conhecido como Woodstock. Você deve ter ouvido que houve sexo, drogas e rock'n roll, ou talvez que houve problemas com comida, limpeza, estacionamento, trânsito e até com água potável. Você possivelmente ouviu que a música estava fantástica: uma sequência musical pouco provável de acontecer novamente em qualquer outra área. E tudo isso é verdade. Então, vamos dar uma olhada em exatamente como isso aconteceu.

A primeira coisa que precisamos reconhecer é que 1969 foi o auge da contracultura na América. A contracultura hippie inclusa o uso de drogas, protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais.

Os Estados Unidos estavam divididos. De um lado estava um grupo de norte-americanos que apoiava o país: adesivos com dizeres "Ame-o ou deixe-o" nos pára-choques e apoio à guerra do Vietnã. Do outro lado estava o grupo de norte-americanos conhecidos como hippies: um termo que se tornou conhecido por volta de 1967.

A segunda coisa a ser reconhecida é que o rock já era um grande fenômeno. Woodstock foi um festival de músicos da contracultura, como Joan Baez, Grateful Dead, The Who, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Crosby, Stills e Nash. Reunir essas bandas e artistas num mesmo lugar transformou o Woodstock num ímã que atraiu pessoas de todo o país.

Novo Woodstock

Michael Lang, co-fundador do lendário festival, quer realizar uma nova edição em 2009. Basta conseguir patrocínio para marcar o aniversário de 40 anos do projeto.